Chegou o dia em que eu nem sabia que esperava para ele chegar, recebi um convite assim do nada, pensei não devo me exaltar, não, eu não devo. Mas a euforia dentro de mim era maior que os nãos que eu insistia em pensar, me exaltei, me deixei levar pela felicidade insistente que se encontrava dentro de mim. Eu não acreditava que aquilo era real.
As coisas estavam muito boas, muito calmas e quem disse que eu gosto de coisas assim? Essas coisas me assustam e nunca terminam bem, nunca mesmo... Os meus neurônios começaram a ir a mil, a fervilhar, me dizendo calma lá; algo está errado, algo está fora do lugar. Ai veio às verdadeiras notícias, o convite era extensivo, ou seja; não erámos só nós.
Comecei novamente a fervilhar, minha cabeça querendo explodir, aparecendo perguntas que eu já sabia a resposta; perguntei-me pra que então, não queria isso, não mesmo. Fiquei brava por me exaltar de felicidade naquele dia, fiquei furiosa por não ser como eu esperava, mas fazer o que a vida é assim mesmo. Pensei em não ir, o que eu ia fazer lá? Nada. Lá definitivamente não era o meu lugar, o melhor mesmo era ficar em casa.
Mas quem disse que eu sigo os meus sentidos, os meus sentidos que me alarmam, que gritam, não, não vá, algo está fora do lugar. Eu me arrumei e lá eu fui não querendo fazer desfeita ao convite a mim feito. Mas não aceitar seria mais apropriado, porque chegando lá eu fiquei sem lugar, sem ter o que pensar e sem mal alguém para conversar, fiquei sem graça, pensando que minha casa realmente era o meu lugar. O meu programa era ter ficado lá, quieta, descansando como eu tinha pensado e nada ia me prejudicar.
Ao chegar em casa eu percebi que não fez diferença alguma a minha presença lá, que se eu não tivesse ido seria a mesma coisa, então, da próxima vez eu nem preciso aceitar. E muito menos ficar cheia de expectativas, já que um convite não é assim algo para se confiar.
Por um lado foi bom rever quem eu tanto queria ver, pelo outro eu sei lá... As minhas expectativas despencaram mesmo, então agora para mim tanto faz.
Quando fui me deitar, em quase nada tive que pensar o que era bom, porque não tinha mais com o que me preocupar, aquilo tudo já tinha ficado lá. Na manhã seguinte ao me levantar pensei que loucura, acho que acabei de sonhar.
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